Por Dra. Carolina Meireles Rosa
Existem ideias que duram porque têm o potencial de revelar conceitos surpreendentes, enquanto outras não sobrevivem ao rigor científico.
No século 4 a.C., Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) considerava o cérebro um órgão secundário que servia para resfriar o sangue que o coração usava para funções mentais. Mas era também um lugar onde o espírito circulava livremente e onde estava, em sua visão, o sensus communis (ou “senso comum”).
Séculos de pesquisa depois, o médico romano Galeno de Pérgamo (c.130-c.210 d.C.) concluiu que o cérebro era o grande responsável por nossas funções mentais e não o coração, como Aristóteles havia sugerido.
O sensus communis, no entanto, sobreviveu. No século 16, quando Leonardo da Vinci (1452 – 1519) estava desenhando e estudando o cérebro, um de seus objetivos era encontrar sua localização; filósofos como Tomás de Aquino, Locke e Kant o exploraram; a psicologia o acolheu, e os cientistas continuaram a testar o conceito daquele sexto sentido que refina a informação percebida por nossos cinco sentidos até hoje.
Mas há outras noções que, embora a ciência já tenha determinado que estão erradas, permanecem teimosamente ressoando, não graças às evidências, mas à repetição e à crença.
O cérebro, aquela “obra-prima da criação”, como disse o cientista dinamarquês Nicolaus Steno em 1669, é um daqueles campos minados de tais falsos conhecimentos e imprecisões.
Como não estamos imunes a isso, consultamos a renomada neurocientista Lisa Feldman Barrett, autora do livro Seven and a Half Lessons About the Brain” (“Sete lições e meia sobre o cérebro”, no qual ela desmistifica “aquela grande massa cinzenta entre nossas orelhas”.
Perguntamos a ela se é verdade, por exemplo, que nascemos com um certo número de neurônios, que eles não se renovam, já que não se reproduzem como as outras células do corpo.
Autoria: Dalia Ventura, BBC
Quer ler o artigo completo. Acesse: Clique Aqui