Por Dra. Tarcimeyre Santana
As mudanças de comportamento do paciente com Alzheimer podem ser diversas e se manifestar de forma diferente para cada pessoa. Uma das alterações comportamentais que mais afligem cuidadores e familiares é a agressividade. Esta pode manifestar-se de forma verbal, ameaça verbal, física contra outra pessoa ou destruição do meio. Podem estar relacionadas as alterações degenerativas que a doença causa no cérebro ou podem acontecer por fatores externos, ambientais, que causam desconforto ao paciente. É importante tentar descobrir o que está ocasionando essa alteração e aos poucos buscando estratégias para evitar o surgimento; sabendo que o individuo não reage dessa forma conscientemente e intencionalmente. São reações que expressam algum desconforto ou necessidade de alguma coisa tais como: perturbações do sono, questões de saúde, perturbações sensoriais, fadiga, alucinações, efeitos secundários da terapêutica medicamentosa, questões relacionadas ao ambiente domiciliar e social. Mas como proceder? O que devo fazer? O principal é manter a calma, falar pausadamente com um tom de voz suave, tranquilo e descobrir o que está causando esse comportamento. Tente chamar atenção do idoso para algo que possa acalmá-lo, como uma música ou imagem que ele gosta, ver fotos, propor uma caminhada, direcionar para uma atividade que o distraia, para alguma tarefa que ele goste de fazer. Ao descobrir o que ocasionou esse fato, tentar evitar e se por acaso persistir procurar ajuda médica. Não confronte, não tente conter, apenas uma pessoa ao falar com o paciente no momento da alteração, evitar várias pessoas ao redor falando, não usar frases longas e complexas que podem causar ainda mais confusão mental, tentar manter o ambiente calmo, limpo, com poucos estímulos. Outro ponto importante para refletirmos é que embora o idoso esteja apresentando esse comportamento não devemos isolá-lo de tudo e de todos. Estamos nos aproximando das festas de final de ano, confraternizações de família, com vizinhos, etc.; é um momento maravilhoso para o idoso socialmente. Principalmente se fez parte da história de vida dele. A participação e convivência social é importante para qualquer indivíduo. Devemos ter cautela e cuidados. Precisamos estar cientes que o nível de tolerância e permanecia em festas, passeios e visitas não é mais o mesmo. Cada cuidador e familiar deve estar atento ao limite do idoso. Lembrando, que cada paciente com DA é único, a estratégia que foi boa com um paciente pode não ser com o outro, assim, aos poucos você irá descobrir suas próprias estratégias que funcionarão com seu paciente/familiar.