Por: Dra. Tarcimeyre Santana
Setembro é um mês que fazemos referência mundialmente a conscientização da Doença de Alzheimer. Estima-se que no mundo 35,6 milhões e no Brasil cerca de 1,2 milhão pessoas com Alzheimer, muitas ainda não diagnosticadas.
Alzheimer é uma dos tipos mais comuns de demência. Detectar seus sinais e sintomas precocemente é um dos principais fatores para iniciarmos o tratamento medicamentoso e não medicamentoso com o objetivo de retardar o seu avanço, obter controle sobre os sintomas e consequentemente proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
O primeiro a descrever a doença em 1906 foi o médico Alois Alzheimer. O caso era de uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Somente após o falecimento da paciente, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença.
É importante observamos os seguintes sinais: perda da memória recente, repetição das mesmas perguntas ou dos mesmos assuntos; esquecimento de eventos, compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences; dificuldade para perceber uma situação de risco; dificuldades nas Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) na produtividade envolvendo trabalho remunerado ou não; no manejo das atividades domésticas, educação, descanso, sono, lazer e participação social. Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço, encontrar e/ou compreender palavras, cometendo erros ao falar e ao escrever, nas Atividades de Vida Diária (AVDs) básicas como manejar utensílios do dia a dia, vestuário e em atividades que envolvam autocuidado. Incapacidade em reconhecer faces ou objetos comuns, podendo não conseguir reconhecer pessoas conhecidas. Alterações comportamentais ou na personalidade: pode se tornar agitado, apático, desinteressado, isolado, desinibido, inadequado e até agressivo. Alucinações visuais (ver o que não existe) ou auditivas (ouvir vozes) podem ocorrer, sendo mais frequentes da metade para o final do dia. Alteração do apetite com tendência a comer exageradamente, ou, ao contrário, pode ocorrer diminuição da fome. Agitação noturna ou insônia com troca do dia pela noite.
Ainda não sabemos o porquê que a Doença de Alzheimer ocorre, contudo, os avanços das pesquisas cientificas vem nos ajudando a ter possibilidades de o paciente manter-se estável por um tempo e uma melhor qualidade de vida. Daí a importância do diagnóstico precoce onde favorecerá a evolução e o prognóstico. O tratamento medicamentoso vem evoluindo constantemente e em conjunto com este o não medicamentoso. O tratamento não medicamentoso consiste em estímulos, físicos, cognitivos e sociais; organização do ambiente e ressaltamos o suporte ao familiar e ao cuidador.
A Associação Brasileira de Alzheimer ABRAz é uma organização nacional e internacional que oferece apoio social, emocional e informativo a familiares, divulga conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer e outras demências e articula ações com agentes que promovem ações em benefício dos pacientes e cuidadores.
FONTES:
Tratado de Geriatria e Gerontologia.
X.C.; Gorzoni, M.L.; Doll, J. 4ª. Edição. Grupo Editorial Nacional (GEN), 2016.
Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAz
Site:www.abraz.org.br